• Ingaí (século XVI)

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11 de setembro de 2023 por 

Indígena da nação caeté, lutou contra os portugueses

Ingaí nasceu no século XVI, na região do atual estado de Pernambuco, e era da etnia Caeté. É reconhecida por, juntamente com seu povo, ter apresentado resistência à colonização portuguesa.

Em 1533, após uma sequência de tentativas francesas de colonizar a América, o então rei João III decidiu pela instalação do sistema de capitanias hereditárias. Duarte Coelho Pereira recebeu a Capitania de Pernambuco por carta de doação datada de 10 de março de 1534, como prêmio pelos serviços prestados à coroa portuguesa. Desde então, a etnia Caeté resistia bravamente aos ataques genocidas dos comandados pelo primeiro governador da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho Pereira.

Ingaí teria resistido até 1535 às investidas coloniais. À época, Camura, seu noivo, havia sido preso e morto pelas tropas de Duarte Coelho. Em sequência, Ingaí teria sido presa pelos colonizadores. Teria fugido e cometido suicídio na selva após portugueses tentarem estuprá-la.

Uma demonstração da misoginia colonial e da desumanização dos corpos indígenas é o fato de que Duarte Coelho, como se conta, ao ver Ingaí, teria exclamado “Oh! Linda!”, e que tal exclamação teria inspirado a nomeação da cidade pernambucana de Olinda. Inegável cena de hipersexualidade contra uma mulher indígena, pois embora exclamasse por sua beleza, não demonstrou qualquer misericórdia ao povo Caeté, tampouco a qualquer outro povo originário vítima do genocídio perpetrado pela Coroa portuguesa.

Palavras-Chave/TAG: #resistênciaindígena #colonização #genocídio

Texto Adaptado no verbete contido no Dicionário Mulheres do Brasil por:  Emilson Gomes Junior, Elaine Gomes e Schuma Schumaher.

REFERÊNCIAS

  • Produções acadêmicas:

SCHUMAHER, Schuma; VITAL BRAZIL, Érico. Dicionário Mulheres do Brasil, de 1500 até a atualidade: biográfico e ilustrado. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.

ALMEIDA, Geraldo Gustavo de. Heróis Indígenas do Brasil. Rio de Janeiro: Livraria Editora Cátedra, 1988.

OLIVEIRA, Ione Soares de. As Representações Femininas No Brasil Colonial: Ausência De Narrativas Femininas Na Historiografia Brasileira Durante o Período Colonial Brasileiro. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, [S. l.], v. 7, n. 1, p. 09, 2021. Disponível em: AS REPRESENTAÇÕES FEMININAS NO BRASIL COLONIAL: AUSÊNCIA DE NARRATIVAS FEMININAS NA HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA DURANTE O PERÍODO COLONIAL BRASILEIRO: doi.org/10.29327/217514.7.1-33 | Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação (periodicorease.pro.br). Acesso em: 3 ago. 2022.

  • Sites

Biografia: Ingaí. Os Brasis e suas Memórias. Disponível em: Ingaí – Os Brasis e suas Memorias. Acesso em 19 jun 2023.

Capitanias Hereditárias. História do Mundo. Disponível em: Capitanias hereditárias – História do Mundo (historiadomundo.com.br). Acesso em 19 jun 2023.

DIAS, Marcia. História Hoje: Português Duarte Coelho assumiu a capitania de Pernambuco há 483 anos. Radioagência Nacional. Disponível em: História Hoje: Português Duarte Coelho assumiu a capitania de Pernambuco há 483 anos (ebc.com.br). Acesso em 19 jun 2023.

Duarte Coelho. Arquivo Nacional, MAPA – Memória da Administração Pública Brasileira. Disponível em: Duarte Coelho Pereira (an.gov.br). Acesso em 19 jun 2023.

Duarte Coelho, o patriarca fundador da Nova Lusitânia. Recife: Diário de Pernambuco. Disponível em: Duarte Coelho, o patriarca fundador da Nova Lusitânia | Pernambuco, História & Personagens (diariodepernambuco.com.br). Acesso em 19 jun 2023.

FRAZÃO, Dilva. Duarte Coelho. EBIOGRAFIA.  Disponível em: Biografia de Duarte Coelho – eBiografia. Acesso em 19 jun 2023.

MOREIRA, Viviane. Colonização do Feminino. Disponível em: Colonização do feminino :: Mulheresnahistoria (webnode.page). Acesso em 19 jun 2023.

Mulheres Brasileiras Apagadas pela História. MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto. Disponível em: Mulheres Brasileiras Apagadas pela História – MTST. Acesso em 19 jun 2023.

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