
1935
Nasce Lélia de Almeida, em Belo Horizonte, Minas Gerais, no dia 1º de fevereiro, penúltima numa família de 18 filhos. Filha de Dona Urcinda Serafim de Almeida, trabalhadora doméstica, e Acácio Joaquim de Almeida, ferroviário. Seu pai era de descendência africana e sua mãe indígena.

1942
O irmão de Lélia, Jayme de Almeida, jogador destacado do Atlético Mineiro é contratado pelo Flamengo e muda-se com a família para o Rio de Janeiro. Lélia tem 7 anos. Seu Acácio, pai de Lélia, falece pouco depois.

1951
Conclusão do Curso Ginasial no Colégio Rivadavia Corrêa, no Rio de Janeiro.

1953
Inicia o curso Científico no tradicional e disputadíssimo Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, concluído em 1954.

1959
Forma-se em Geografia e História pela Universidade do Estado da Guanabara (UEG), atual UERJ.

1961
Assume a criação de seu sobrinho Rubens Rufino (Manéu) como filho, para apoiar a irmã Dora, em dificuldades.

1962
Forma-se em Filosofia pela Universidade do Estado da Guanabara (UEG).

1963
Para garantir seu próprio sustento, nesse período trabalhou em várias escolas ao mesmo tempo. Leciona no Colégio Andrews, no Colégio de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (UEG) e na Fundação Educacional e Universitária Campo Grandenses (FEUC).

1964
Casa-se com Luiz Carlos Gonzalez, colega da UEG, enfrentando o racismo da família dele que era contra essa união.

1965
Luiz Carlos Gonzalez morre tragicamente. Lélia, num gesto de protesto e de homenagem, assume o sobrenome Gonzalez. Abalada com o falecimento de Luis Carlos viaja para a casa de uma amiga em Barbacena, MG, onde passa uma temporada.

1967
Falece sua mãe, Dona Urcinda, no Rio de Janeiro.

1968
Traduziu do francês o II Volume da coletânea Compêndio Moderno de Filosofia. Leciona em instituições como a Universidade Gama Filho e o Colégio Santos Inácio.

1969
Casa-se com o engenheiro Vicente Marota e foram viver no Bairro da a Tijuca (RJ).

1970
Conclui o mestrado em Comunicação Social pela PUC-Rio e começa a lecionar nas Faculdades Integradas Estácio de Sá (FINES).

1974
Participa das Semanas Afro-Brasileiras no Museu de Arte Moderna do Rio e inicia estudos em psicanálise. Dedica-se à pesquisa sobre cultura afro-brasileira, feminismo e questões raciais.

1975
Inicia o Mestrado em Comunicação na UFRJ. Participa da fundação de duas importantes organizações na época: o Instituto de Pesquisa das Culturas Negras (IPCN) e Colégio Freudiano do Rio de Janeiro. Por ocasião do Ano Internacional das Mulher, decretado pela ONU, participa do Seminário “O papel e o comportamento da mulher na realidade brasileira”, realizado na ABI, por inciativa de algumas feministas cariocas.

1976
Inicia o 1º Curso de Cultura Negra no Brasil, realizado na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (RJ). Separa-se de Vicente Marota.

1978
Funda o Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial (atual MNU) em São Paulo. Leciona na PUC-Rio e na UFRJ e colabora com a construção do enredo “90 anos de Abolição”, escrito por Candeia, da Gran Escola de Samba Quilombo.

1979
Apresenta estudos e palestras em eventos internacionais. Publica o artigo “Mulher Negra: um retrato” no jornal Lampião da Esquina.

1980
Participa do 1º Seminário sobre “A Mulher e sob o regime do Apartheid”, organizado pela Ligue des Femmes du Quebec, Canadá e da II Conferência Mundial sobre a Situação da Mulher, em Copenhague, Dinamarca.

1981
Filia-se ao Partido dos Trabalhadores (PT). Publica o artigo “Mulher Negra, esse quilombola”, na Folha de São Paulo e participa da caravana de lideranças negras que visita a Serra da Barriga em Palmares (AL) no dia Nacional da Consciência Negra.

1982
Candidata-se a Deputada Federal pelo PT, participa do III Congresso Afro-Brasileiro, em Recife (PE) e de Seminário em Dakar, Senegal, onde apresentada uma comunicação sobre a situação das mulheres negras na sociedade brasileira. Publica, com Carlos Hasenbalg, o livro “Lugar de Negro” e, como colaboradora do Jornal Mulherio, escreve o artigo “E a Trabalhadora Negra cumé que fica?”. Recebe o prêmio “Dez Mulheres do ano de 1981”, concedido pelo Conselho Nacional de Mulheres do Brasil.

1983
Funda com outras lideranças negras o Nzinga – Coletivo de Mulheres Negras, no Rio de Janeiro, e publica na Folha de São Paulo o artigo “Racismo por Omissão”. Também participa do Encontro Internacional “La Donna, La Comunicazione e lo Sviluppo in America Latina”, onde apresentou com Benedita da Silva, suas visões sobre a mulher negra nos meios de comunicação de massas.

1984
Viaja para os Estados Unidos com bolsa da Fundação Ford e encontra lideranças femininas negras americanas, como Angela Davis. Nessa ocasião dá uma entrevista ao Jornal The Brasilians, em NY, EUA com o título de “O Racismo no Brasil é profundamente Disfarçado”.

1985
Participa da III Conferência Mundial sobre a Mulher, em Nairobi, Quênia, ao lado de outras brasileiras. Nesse mesmo ano é nomeada Conselheira do CNDM – Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, organismo recém criado pelo governo federal.

1986
Filia-se ao PDT e candidata-se a Deputada Estadual, mas fica na primeira suplência.

1987
Torna-se professora no Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio e publica Festas Populares no Brasil. Participa, em Miami EUA) da Conferência da Negritude onde conheceu Aimé Césaire, um dos maiores expoentes do movimento negro internacional e assume a direção do Planetário da Gávea (RJ). Participa da publicação ilustrada “Festas Populares no Brasil”, do qual é autora dos textos.

1988
Participa do I Encontro Nacional de Mulheres Negras, em Valença (RJ) e lidera ações críticas ao centenário da Abolição, como por exemplo a marcha “Contra a farsa da Abolição, no Rio de Janeiro. Publica, na Revista Isis Internacional o artigo “Por um Feminismo Afrolatinoamericano”

1989
Participou em Dakar (Senegal) da Assembleia Constituinte da Fundação Mundial pela Memória e Salvaguarda de Goreé, quando se torna integrante do Conselho Internacional do Memorial de Gorée. Desliga-se do CNDM – Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, ao lado de outras conselheiras, em protesto ao esvaziamento do órgão pelo governo federal.

1991
Faz reflexões sobre sua trajetória de luta em entrevista ao Jornal do MNU – Movimento Negro Unificado.

1992
Voltando de uma viagem feita à África, alertada pelo seu filho Rubens, descobre que está com diabetes.

1994
Assume a Diretoria do Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio.

1994
No dia 10 de julho, falece aos 59 anos, vítima de infarto.
