Indígena, considerada a primeira mulher alfabetizada no Brasil.
Madalena Caramuru nasceu em Salvador, Bahia. Era filha de Diogo Álvares Correia, português conhecido como Caramuru (homem de fogo) e da indígena tupinambá Moema, que adotou o nome Catarina do Paraguaçu. Madalena se casou em 1534, na Igreja de Nossa Senhora da Vitória, com o português Afonso Rodrigues.
Acredita-se que Madalena foi introduzida ao mundo das letras por seu marido, rompendo as barreiras de uma época em que as mulheres eram mantidas em absoluta ignorância. Há o registro de uma carta datada de 1561, a qual teve sua autoria atribuída a Madalena, o que fez com que ela fosse considerada a primeira mulher a ler e a escrever no Brasil. A carta era endereçada ao bispo de Salvador e solicitava sua ajuda para resgatar crianças escravizadas que não tinham força para trabalhar e afirmava que os negociantes esperavam que elas morressem logo. Há quem diga que na carta Madalena também pedia o início da educação feminina no país.
Dizem os relatos que a carta foi enviada à Corte Portuguesa, mas negada pela rainha Catarina, que considerou perigosa a extensão desse direito. A carta atribuída a Madalena Caramuru perdura no tempo como uma construção historiográfica que visa resgatar o papel das mulheres indígenas na sociedade brasileira. Madalena Caramuru foi uma exceção ao padrão da antiga sociedade colonial, onde as mulheres eram mantidas completamente excluídas dos bens culturais.
Palavras-Chave/TAG: #feminismo #indígena #alfabetizada
Texto Adaptado do verbete contido no Dicionário Mulheres do Brasil por: Ana Laura Becker, Elaine Gomes, Schuma Schumaher e Sofia Vieira.
REFERÊNCIAS
- Produções acadêmicas:
CARARO, Aryane, SOUZA, Duda Porto. Extraordinárias, Mulheres que revolucionaram o Brasil. Rio de Janeiro: Seguinte, Companhia das Letras, 2017.
SCHUMAHER, Schuma; VITAL BRASIL, Érico. Dicionário Mulheres do Brasil, de 1500 até a atualidade: biográfico e ilustrado. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.